O botequim tem, por assim dizer, uma função social: descontrair o
espírito e fazer aflorar as identidades no intuito de favorecer a
conversa. Os assuntos surgem naturalmente e vai-se falando de
tudo um pouco. Política, futebol, vida alheia, a melhor cachaça do
país, tudo é debatido. Isso sem esquecer que o bom papo de
botequim é livre de censura, cobranças e pudores.
O botequim funciona quase como um espaço para terapia de
grupo, em que todos aprendem com as experiências alheias.
Ele não escolhe ou discrimina seus freqüentadores, ao contrário,
unifica-os em um universo feito de pluralidade e, naturalmente,
de uma boa cerveja gelada e muita conversa fiada.
(Trecho do livro Rio Botequim de Guilherme Studart).