domingo, 28 de junho de 2009

CERVEJA É CIVILIZAÇÃO




Quem sabia das coisas mesmo era Hammurabi, o rei da Babilônia, que viveu em mil setecentos e cacetes antes de Cristo e de Oscar Niemeyer. Ao elaborar um rigoroso código de leis, o Mumu da Babilônia criou uma cacetada de regras sobre um tema de grande relevância para o homem universal : O consumo da cerveja.

Saibam os senhores que o Código de Hammurabi estabelecia, como dever público, a obrigatoriedade do fornecimento diário de cerveja ao povo. Um trabalhador braçal receberia do Estado a cota básica de 2 litros por dia; um funcionário público, 3 litros; os sacerdotes e administradores, 5 litros para o consumo mínimo diário. O Estado se comprometia com o fornecimento dessas modestas cotas. O resto era por conta da sede do cidadão.

Hammurabi também elaborou regras para punir os produtores de cerveja de baixa qualidade. A pena aos responsáveis pela produção da má cerveja era simples e de grande sensibilidade diante do momentoso tema: Morte por afogamento.

Já no Egito [grande Egito!] quem entendia do babado era o faraó Ramsés III, o cervejeiro [que viveu em mil cento e alguma coisa antes de Cristo]. O homem era um copo da maior categoria. Basta dizer que em certa ocasião, ao resolver dar um presentinho aos sacerdotes do Templo de Amón, doou aos cabras 466 mil e tantas ânforas de cerveja provenientes de sua cervejaria particular, pedindo escusas pela modéstia da quantidade ofertada. Isso dá aproximadamente 1.000.000 [um mihão] de litros da bebida. É mole?

Os gregos e romanos, meio afrescalhados e chegados numa pederastia entre filósofos, artistas e rapazolas, preferiam o vinho. A velha cerva, entretanto, continuou sendo a bebida predileta de povos dominados pelos romanos, como os gauleses e germânicos. A elite de Roma achava que cerveja era bebida de bárbaros incultos. Tácito, uma bicha louca, ao descrever os germanos mencionou a cerveja como a bebida horrorosa fermentada de cevada ou trigo.

[Aproveito para fazer uma pausa. Há, digam-me lá, papagaiada maior do que essa moda sem-vergonha do garçom que serve vinho em restaurante colocar um pouquinho na taça e ficar esperando a autorização do cliente para servir a bebida? Dispenso qualquer comentário dos enólogos de plantão sobre o sentido de tal mise-en-scène. Imagino meu falecido avô - homem com hábitos de cangaceiro - submetendo-se a uma palhaçada dessas. Recentemente resolvi, nas poucas vezes em que tomo vinho, adotar o procedimento civilizado de dispensar o pobre do garçom dessa frescura. Digo ao cabra - Amigo, pode encher o copo direto. [...]

Escrito por Luiz Antonio Simas no Blog "Histórias do Brasil", continue lendo em: http://hisbrasil.blogspot.com/search/label/cerveja

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